No último dia 8, os entregadores de aplicativo iniciaram uma paralisação para reivindicar melhorias nas condições de trabalho. Entre as demandas dos trabalhadores estão, o fim da coleta dupla, quando o trabalhador realiza duas entregas sem receber a taxa mínima, e o fim do bloqueio sem justificativa. Ademais, os entregadores reclamam da baixa remuneração pelas viagens em um contexto de alta no preço do combustível. A greve já se espalhou por algumas cidades no interior de São Paulo, como Jundiaí e Paulínia, e também estão acontecendo paralisações em Maceió (AL). Os trabalhadores já anunciaram que não há uma data para o fim da greve e que aguardam uma resposta dos APPs.
É preciso relembrar que essa não é a primeira mobilização de entregadoras e entregadores por aplicativos em prol da criação e da efetivação de direitos. O dia 1º de julho de 2020 foi marcado por uma paralisação nacional desses trabalhadores, o “BrequedosApps”, que foi muito significativo no reconhecimento dos entregadores enquanto classe trabalhadora, e não como empreendedores de si mesmo, como as empresas bilionárias afirmam. Na referida data, em plena pandemia do coronavírus, as entregadoras e os entregadores denunciaram a situação precária de trabalho à qual estavam e ainda estão submetidos e pautaram a luta por direitos trabalhistas para a categoria. Esses trabalhadores, ao se inscreverem nos aplicativos como entregadores, não constituem nenhum tipo de vínculo empregatício ou jurídico, o que os mantém fora das proteções trabalhistas existentes no Brasil. Além disso, todas as despesas com o deslocamento para fazer as entregas é transferido aos trabalhadores: gasto com combustível, com aluguéis e com reparos no meio de transporte. Os riscos que a profissão oferece, também são assumidos pelas entregadoras e pelos entregadores, como acidentes e a contaminação pelo coronavírus, por exemplo.
#ParaTodosVerem a imagem contém uma foto de uma mochila da Rappi com um cartaz escrito “Nossas vidas valem mais que o lucro deles” com a tag #BrequedosApps, acima está a manchete “Entregadores de aplicativo fazem greve sem indicativo de data para término” e no canto inferior direito está o logo do Senso Crítico.
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