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VIOLÊNCIA POLICIAL NA AMÉRICA LATINA: O CASO DE VICTORIA SALAZAR

O caso foi seguido de diversos protestos no México

Victoria Salazar, mulher, latina, pobre, trabalhadora legalizada e mãe, foi brutalmente assassinada na rua, pela polícia do México, em Tulum, no dia 27/03. Após ter se envolvido em uma briga com um gerente de uma mercearia, Victoria foi morta pela força desproporcional aplicada contra ela por uma policial. Os outros três policiais viram o feminicídio acontecer, mas nada fizeram para impedi-lo. Salazar tinha 36 anos de idade e era natural de El Salvador. Por ser mãe solo, não conseguia trabalho digno para sobreviver e cuidar dos seus filhos. Assim, buscou asilo como refugiada no México em busca de melhores oportunidades para viver.

A morte de Victoria acendeu o debate acerca da violência policial na América Latina, principalmente no México, onde o excesso do uso da força por policiais são, com frequência, direcionados a imigrantes de países da América Central, especialmente mulheres de baixa renda. Além da xenofobia, o crime contra Victoria recebe um recorte racial e de gênero.

O argumento utilizado pela polícia de Tulum, é que Victoria estava bêbada em um espaço público e isso desrespeita as normas de distanciamento social da COVID-19. Contudo, o mesmo não acontece com turistas dos Estados Unidos, majoritariamente brancos em um contexto no qual a violência passou a ser justificada com argumentos voltados para o estabelecimento do isolamento social.

Não só no México, mas na América Latina em geral, a violência policial é um problema recorrente e em todos os casos, ocorre contra a camada mais vulnerável da população. No Brasil, os casos de uso excessivo da força por agentes de segurança pública, ocorrem, em sua maioria, contra a população negra e periférica. Argentina e Chile também relataram casos relacionados às medidas de isolamento e na Venezuela a repressão às manifestações foi comum.

Foto: Getty Images.


#PraCegoVer: imagem com foto de protesto pedindo Justiça por Victoria, com cartaz da pintura da vítima, jogado ao chão e com pétalas de rosas ao redor.





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