top of page

Trabalho invisível das mulheres no ambiente doméstico




A pressão vivida por mulheres no ambiente doméstico influencia as dificuldades em obter reconhecimento profissional e acadêmico, em comparação com os homens, concedidas pelo preconceito, machismo e adversidades encaradas no dia a dia. Dados da Oxfam Brasil apresentam uma dupla jornada silenciosa de trabalho que move a economia, porém não remunerado e sem reconhecimento perante a sociedade, sendo assim definido como trabalho invisível. A dimensão do universo feminino, principalmente de mulheres pobres e marginalizadas, destina 12,5 bilhões de horas, de maneira gratuita, com afazeres domésticos, adicionando US$10,8 trilhões na economia do mundo.

O IBGE mostra que 92,1% das mulheres cuidam de suas casas ou de algum familiar. No universo masculino, esse índice cai para 78,6%. As mulheres dedicam em média 18,5 horas semanais aos afazeres domésticos, em comparação com 10,3 horas semanais dos homens, caracterizando um trabalho invisível que não conta como ocupação, não é precificado ou valorizado, com tempo equivalente a meio período, além das 40 horas semanais de trabalho. Os dados divulgados pelo IBGE deixam claro a sobrecarga das horas de trabalho feminino, os empecilhos criados no mercado de trabalho e a autonomia econômica na questão de igualdade entre homens e mulheres.

Historicamente, levando em conta a estrutura da nossa sociedade, ainda existe um aprofundamento da desigualdade salarial entre homens e mulheres. Especialistas apontam que uma brasileira recebe apenas 78% em relação ao homem, mesmo com a proibição, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), pois faltam instrumentos para a garantia da legislação.

A disparidade de gênero no ambiente de trabalho é um desafio que continua a persistir em nossa sociedade. Reconhecer e abordar essa desigualdade não é apenas uma questão de justiça, mas também uma necessidade para o progresso social e econômico. À medida que buscamos construir um mundo mais equitativo, é crucial implementar políticas e práticas que promovam a igualdade de oportunidades e remuneração, garantindo que homens e mulheres possam contribuir plenamente e colher os frutos de suas habilidades e esforços, independentemente do gênero.

Maria Carolina Alves de Godoi


bottom of page